Diversas empresas de hospedagem oferecem serviços com tráfego, armazenamento e banco de dados – tudo ilimitado. Mas será que é tudo ilimitado mesmo?
O que ocorre é que muitos consumidores são induzidos ao erro quando leem um termo que parece oferecer um “paraíso de hospedagem ilimitada”.
Mas há um detalhe que não é dito ao consumidor: a quantidade de inodes.
Para começar, o que é um inode?
Inode ou nó de índice, em sistemas baseados em UNIX, é a quantidade máxima de arquivos que um diretório consegue abrigar, independente do tamanho do arquivo.
Cada nó de índice abriga informações como posição no disco, permissões, metadados com informações de criação, acesso e modificação.
Dessa forma, se há 100 GB de armazenamento e a quantidade máxima de inodes for 100, se 100 arquivos de fotos forem subidos, cada um com tamanho de 200 kilobytes, o uso de espaço foi de aproximadamente 20 Megabytes.
Isso é 0,02% de todo o armazenamento oferecido e, como a quantidade máxima de arquivos se esgotou, não será mais possível consumir mais espaço algum.
Claro que a quantidade de inodes é muito maior que o exemplo acima, mas, ainda assim, é um fator limitante.
Como no modelo de hospedagem compartilhada várias empresas dividem o mesmo servidor, algumas provedoras de serviço tentam maximizar a quantidade de clientes limitando a quantidade de arquivos que podem ser armazenados.
Isso acontece porque, dependendo da qualidade da hospedagem, quanto maior for a quantidade de arquivos em um armazenamento, mais tempo levará para localizar o mesmo, o que impacta no desempenho de todo o sistema.
Mas afinal, existe hospedagem ilimitada?
Toda camada de aplicação, seja ela um site ou um programa instalado no computador, ocupa um espaço finito no armazenamento. Então, mesmo que seja oferecido termos ilimitados, não é ilimitado.
Não por acaso, chovem reclamações sobre a tal “hospedagem ilimitada”. No site Reclame Aqui, por exemplo, há alguns tópicos de algumas pessoas que se dizem lesadas, por terem sido induzidas ao erro.
No link, há uma longa discussão entre a empresa Hostinger e um consumidor. Quando o cliente atingiu o limite de arquivos que ele poderia ter, não conseguiu usar mais a hospedagem.
Nessa prática, é dado um recurso enquanto outro fica limitado. Em um site de notícias, por exemplo, no qual muitas imagens são publicadas todos os dias, o recurso esgota-se rapidamente.